quarta-feira, 31 de agosto de 2011




Certo dia estava eu no meu ateliê, era verão, e o ateliê que eu trabalhava na época era pequeno e muito quente, eu estava esquadrejando um bloco de madeira para fazer um dado, meu filho entrou na oficina e disse: “ Como o Sr. Agüenta ficar aqui dentro nesse calor todo? ” E eu respondi com ar de gozação: “É mesmo, o calor está de derreter até madeira!” E assim surgiu uma grande idéia, confeccionar os dados “derretidos”( surreal). 


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Poema: Te Olho Nos Olhos




Poema: Te Olho Nos Olhos
Elisa Lucinda

Te olho nos olhos e você reclama
Que te olho muito profundamente.

Desculpa,
Tudo que vivi foi profundamente...
Eu te ensinei quem sou...
E você foi me tirando...
Os espaços entre os abraços,
Guarda-me apenas uma fresta.

Eu que sempre fui livre,
Não importava o que os outros dissessem.

Até onde posso ir para te resgatar?

Reclama de mim, como se houvesse a possibilidade...
De me inventar de novo.

Desculpa...se te olho profundamente,
Rente à pele...
A ponto de ver seus ancestrais...
Nos seus traços.

A ponto de ver a estrada...
Muito antes dos seus passos.

Eu não vou separar as minhas vitórias
Dos meus fracassos!

Eu não vou renunciar a mim;

Nenhuma parte, nenhum pedaço do meu ser
Vibrante, errante, sujo, livre, quente.

Eu quero estar viva e permanecer
Te olhando profundamente."